sexta-feira, novembro 24, 2006

PIANINHO DO MAR

Os ventos, pianinhos, do Mar,
são tão pianinhos, que quase me enlouquecem,
com aquela brisa, como que um pianinho, ao teclar,
mostram-me a linda terra que as àguas humedecem

Tão doce! Tão suave! Tão lindo e bom!
Ondas, amor, saudade, que os ventos vagamente sopram,
com o som do pianinho a ajudar, tudo de bom nos entra no coração;
mas é assim, que as coisas mais salutares que cá dentro temos, de nós brotam

Ah, pianinho do Mar, que com a leveza da brisa, o teu som a espalhar,
fico sem saber onde a minha boa loucura irá terminar.

Que serenidade! Que bondade! Que suavidade! Que lindeza!
Ah, Mar, mais parece um pianinho tocando com toda a sua beleza,
os ventos leves, a darem-te maior grandeza
e o som do pianinho, dando-me alento, afastando-me da rudeza

david santos

quinta-feira, novembro 16, 2006

PENSAR NO ANTES

Estás tão ausente, tão longe, tão perdidamente,
o que tens, meu amor!?
- Saudade!
Porquê!? Te veio isso agora à mente?
- Tudo passou como o descer de um corredor.
Lá isso é verdade!

- Cantar, já não canto. Escrever, muito pouco...
É esta a vida. Temos que encará-la,
vivê-la até que fique apagada.
- Como foi tão bom, o nosso mundo louco.
Mas a vida que passou não há como recurá-la,
vamos viver a que nos resta, recordando a passada.

Não penses mais nisso, amor!
- Ah penso, penso! Até fico encrespada!...
Mas é esta a nossa realidade, nua e crua,
não lembres mais, não queiras dor.
- Ah lembro, se lembro! Tu todo janota e eu decotada!
Paciência! Foi e é esta, a minha vida e a tua.

david-santos

quinta-feira, novembro 09, 2006

MÃES DAS PRAIAS

Volta do mar, pescador.
Há na terra um lugar,
onde te quero guardar,
meu amor!

A pesca que não encontras,
não está nesse lugar,
pescador. Não há no mar,
não percas tempo, não faças contas.

Com três filhos por criar,
volta para mim, vem a terra,
não me deixes nesta guerra,
pescador, volta do mar.

São nossos. Do nosso amor.
Vem. Volta para ficar,
algum rumo lhes vamos dar,
volta do mar, Pescador.

david-santos in ondas do mar

quarta-feira, novembro 08, 2006

ELES VOLTARÃO?

Lamentar algum pecado
a alguém que se feriu
será chorar o passado
de muito que não morreu

Chorai mães iraquianas
filhos caídos por terra
são tão meigas e humanas
mas não entendem a guerra

Chorai mães espanholas
os vossos filhos caídos
à sombra de cobardolas
bem dentro dela escondidos

david-santos

terça-feira, novembro 07, 2006

VER, MAS SENTIR!

Se os meus olhos não vissem, comecem,
barriga não lhes faltava;
como não comem, mas vêem,
têm vida desgraçada;
choram, choram, de tanto ver,
que já pediram cegueira;
tanta criança a sofrer:
Adultos? - só asneira!

david-santos

segunda-feira, novembro 06, 2006

O MEU MALDITO AMOR

Maldito amor! Porque te quis!?
Não te tivesse eu posto no meu rol,
via a telenovela e ia ao futebol,
chamava filho duma cabra ao árbitro e era feliz.

david santos

domingo, novembro 05, 2006

SE AO MENOS EU NÃO VISSE!

Tanta guerra, tanta guerra;
tanta guerra, tanta morte...
São todos da mesma terra,
mas sem ter a mesma sorte!

david-santos

sexta-feira, novembro 03, 2006

SÓ TU!

Só tu morte, só tu. Só tu nos fazes pensar, refectir, chorar, perdoar e amar. Pensar em tudo que poderíamos ser, mas não somos. Reflectir no que somos, mas tentamos esconder. Chorar por aqueles que nos deixaram e jamais voltamos a ver. Perdoar a quem jamais demos o nosso perdão. Amar sem sentir que esse amor alguma vez existiu.
Só tu morte só tu!